domingo, 20 de novembro de 2011

Dia da Consciência Negra – comemorar ou alertar?

  Hoje, dia 20 de novembro, o Brasil relembra a história dos negros precursores da luta por igualdade de direitos. Morria, há exatos 316 anos, o líder máximo do povo negro: Zumbi dos Palmares e, a partir desta data, a nação brasileira buscava, incessantemente e ardentemente um lugar ao sol, como todos os outros povos que viviam na nação tupiniquim. E, passados todos esses anos, várias conquistas, tristes derrotas e inúmeros atos foram realizados no país com o firme propósito de mudar a linha de pensamento, que favorecia uma camada da população, não apenas aqueles que ficavam nas mãos de senhores de escravos.
  de se lembrar e, recordando destas datas, saber que muito foi conquistado em favor do povo negro, como a classificação do sistema de cotas para o ingresso nas universidades ou ainda leis que punem a discriminação racial, com pena prevista em Lei, colocando atrás das grades os que praticam estes atos. Porém, muito ainda está no papel e a sua prática depende não apenas no homem público, mas também da população, ativa em seus atos e, ao mesmo tempo, passiva quando o interesse não convém.
  Tal afirmação quer mostrar, única e exclusivamente, que o dia 20 de novembro não pode ser marcado apenas como um feriado local ou nacional, digno de que a população fique em casa, descansando. A data deve ser comemorada com festas, sobretudo com a consciência voltada para o trabalho. Não o escravocrata e nem aquele onde haja troca de favores entre patrão e empregado. Mas sim, onde toda a população brasileira saia ás ruas, busque pelos seus direitos, enriqueça a cidadania e verifique que, verdadeiramente, vale a pena comemorar este dia.
  Entidades do movimento negro, há anos, vêm se mobilizando em favor de mudar este paradigma vigente, onde o mesmo ainda figura como uma imagem inferiorizada. Hoje já foi sancionado em Barra do Piraí, o Conselho de Igualdade Social. Mas, este órgão, que visa aplicar as políticas públicas vigentes no país, ainda não foi regulamentado e, por algum motivo advindo do Executivo, sequer tem tido importância. As razões, muitos de nós já conhece. A prioridade para a atual administração não é o ser humano. E isso é claro quando se deixa de lado um grupo tão importante como este. O mesmo pode-se dizer com relação aos jovens – sem o Conselho da Juventude; e aos dependentes químico, sem o Conselho Antidrogas.
  Percebe-se que, a ideia do dia de hoje, que seria de buscar meios onde todos possam viver na mesma harmonia, ainda está bem longe de ser real. Pela luta dos negros, o Brasil poderia crescer na marcha contra a discriminação, seja ela de etnia, raça, credo ou condição política. No entanto, ainda falta-lhes espaço de discussão coletiva, onde todas as classes sociais poderiam discutir em condições iguais de raça.

 Viva do dia 20 de novembro! Lutar sempre! Desistir, nunca!

2 comentários:

  1. Comemorar ou alertar? Penso que essa reflexão postada como titulo fez me lembrar uma indagação anos atraz, onde fiz a mesma provocação para um debate no Plenário da Câmara Municipal.
    Na época,os meus pares em quase sua maioria, foram unânimes em afirmar que Barra do Piraí, não existe racismo ou muito menos desigualdade racial.Daí ganhei o esterótipo: "Neguinho atrevido".
    Será que nao? abraços amigo Mário

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  2. Comemorar ou lutar? Os dois,comemorar para ensinar aos pequenos sua origem,sua história com orgulho e dignidade como fazemos com o Grupo de Jongo Mirim Memórias do Cativeiro na escola.Lutar sempre contra o preconceito e não só o racial mas:contra a intolerância religiosa,de opção sexual,contra a absurda desigualdade social etc.Relembrar ícones como Zumbi,hoje Mandela e outros que só fizeram e fazem enaltecer a contribuição do negro na nossa formação.Valeu Zumbi! "Sou negro sim ,não tenho vergonha não,desde a abolição que eu luto!" Alessandra de Souza

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